Toca o telefone.
Uma voz mansa e suave responde do outro lado da linha:
- Alô?
- Olá!
- Quem é?
- Sou eu, a felicidade iludida.
- O que você quer?
- Dizer que te amo...
- De novo? Eu já ouvi isso umas 15 vezes. Você não cansa?
- Quem ama não cansa.
- Mas eu canso. Eu não a amo!
- O que?
- É isso mesmo, eu iludo, por isso me chamo ilusão do amor.
Neste exato momento, uma lágrima de sangue correu a face da menina até o momento de desabar no chão...
- Como você pode dizer isso?
- Dizendo oras. Não devo nada a ninguém.
- Não deve nada?
- É claro que não.
- Deve sim, me deve seu amor.
- Hã?! Amor?
- Sim... você me fez voar alto e agora diz que não me ama?!
- Você deve estar ficando louca!!
E as lágrimas insistentemente não paravam de rolar...
- Estou louca mesmo, porque acreditei em você.
- Você sabia que era só amizade, não é?
- Claro que não! Você veio falando coisas românticas, me fascinando só com palavras e ainda me deu um beijo...
- Um beijo? Aquilo nem foi um beijo.
- Não foi? O que foi então?
- Um selinho...
- E selinho não é beijo?
- Nã0.
- Quer dizer que eu não significo nada para você?
- Significa...
- O que?
- Uma bela conta a mais no final do mês. Agora vou desligar.
- Não, por favor...
- Por que?
- Porque eu te amo...
- Qual o valor que seu amor vai me dar?
- Felicidade...
- Eu espero coisas materiais.
- Eu vou ser sua...
- Isso não vale. Quanto você custa?
- Por que esta pergunta?
- Se eu enjoar posso te colocar na bolsa de valores?
- O que fiz para me tratar assim?
- Me amar! Agora vou desligar...
- Não, por favor!
- Quer parar com isso?! Não enche!
- Não, por favor, não desligue...
- ??? Fala comigo...
- ??? Pelo amor de Deus, responda que me ama...
- Escute aqui, eu já estou farto de você. Agora vê se me esquece.
- Eu prefiro morrer a te esquecer...
- Ah é? Então se mata!
Tu, tu, tu, tuu...
- Não, por favor. Não faça isso comigo... Eu te amo!!
Alguns dias depois...
- De que morreu esta garota? - Perguntou um curioso.
- De intoxicação. Provavelmente tomou vários remédios em muitas quantidades. - Respondeu a enfermeira.
- Coitada... ela tinha algum problema?
- Sim, sofria de amor...
E então, no dia do enterro da menina, o garoto que ela amava, comparecia prestando sua última homenagem.
Jogou uma rosa vermelha e falou baixinho:
- Eu te amo!
E lá de cima... ela olhando tudo, respondeu para si e para os quatro ventos que sopravam:
- Tarde demais!!
(Autor Desconhecido)
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