Mundo Privado

Vida que não ocorre
Pessoas preconceituosas
Felicidade que morre
Em avenidas mal-cheirosas.

Belo que não distingo
Feio que não reconheço.
Limito-me a um respingo
Do mundo que teço.

Privam-me da maravilha das cores
Do encanto da Lua
Em troca conheço sabores
Da tua boca nua.

Sinto os teus lábios
Que revelam meu exterior.
Tenho o poder dos sábios
O que me torna superior.

Superioridade mutilada
Incrível luz do nada.
Ausência reparável
Penitência ilimitável.

Benditas vistas
Meu amigo tato
Meu irmão olfato.

Quero sair desta casta
Quero saber o que me afasta.

Seja o que for
Satisfaça meu ego
Livre-me desta dor
Estou cansado de ser um pobre cego.

(Autor Desconhecido)

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