Das horas, o silêncio de repente posso entender
Vi no acúleo das palavras amarrado meu sonho
Destino impreciso, alheios ao meu frágil saber
E a luz tênue me impede de ver o futuro risonho
Adestro as linhas, e traço versos na madrugada
Como se pontos e vírgulas fossem sujeição à dor
Uso as rimas como escudo, me protejo desse nada
Faço pacto com as palavras, ato lúdico, sonhador
Porque esgoto todo o verbo nessa ânsia de alento
E como quem rege a vida, reputando o pensamento
A chama do candeeiro derruba a noite no horizonte
Ainda que atras das nuvens, o sol reacende a crença
Molhando a claridade que impõe do dia, a presença
Traz a lucidez das respostas no calor de sua fonte.
(Glória Salles)
Comentários
Postar um comentário